segunda-feira, 16 de julho de 2012

VÍTIMAS DE CRIMES ELETRÔNICOS


 CORREIO DO POVO 16/07/2012 08:22

A cada dia, 77 mil brasileiros são vítimas de crime eletrônico




Oito em cada dez internautas já sofreram golpes on-line. Entre os crimes mais comuns, está xingamento em redes sociais

A cada dia, pelo menos 77 mil brasileiros são vítimas de algum crime virtual, segundo relatório da empresa especializada em segurança de computadores Symantec-Norton. Em 2011, mais de 80% dos usuários adultos de Internet no Brasil foram vítimas de crimes cibernéticos, como invasão de perfis em redes sociais e vírus. O número de vítimas diárias no mundo chega a 1 milhão, com prejuízo anual de 388 bilhões de dólares. Só no Brasil, são 60 bilhões de dólares - no País, oito em cada dez internautas disseram já ter sofrido golpes on-line.

Segundo o titular da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Informáticos, delegado Marcínio Tavares Neto, as fraudes mais comuns envolvem conta corrente, vendas sem a entrega da compra, links que corrompem o computador e xingamento nas redes sociais. O diretor do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Emerson Wendt, orienta a manter o sistema operacional e de segurança atualizados; não clicar em documentos; atenção ao escolher senhas; desconectar após acessar e-mails e sites; em compra na web, verificar a idoneidade da empresa; evitar dados pessoais em sites não confiáveis.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

FIÉIS LESADOS


ZERO HORA 13 de julho de 2012 | N° 17129

Pastores são presos por golpe. Atraídas por ofertas vantajosas de veículos, vítimas sofreram prejuízo de R$ 20 milhões no Brasil, dos quais 1,2 milhão no RS - RÓGER RUFFATO | Veranópolis


Entre pregações e a coordenação de igrejas evangélicas, pastores ganhariam a vida iludindo fiéis pelo Brasil. No Rio Grande do Sul, pelo menos 40 pessoas foram lesadas em R$ 1,2 milhão. Uma mulher apontada como mentora do golpe está foragida.

Chamada de Deus Tá Vendo, uma operação da Polícia Civil gaúcha cumpriu cinco mandados de prisão temporária durante a tarde de quarta-feira em Itajaí (SC), Ponta Grossa (PR) e São Gonçalo (RJ). Os pregadores dessas regiões são suspeitos de participar de um esquema de venda fraudulenta de veículos que teria arrecadado cerca de R$ 20 milhões em todo o Brasil.

As denúncias chegaram à Polícia Civil depois que um policial e um familiar do delegado titular de Veranópolis, Marcelo dos Santos Ferrugem, caíram no golpe. As investigações tiveram início em novembro de 2011.

– Continuaremos as buscas pela mulher e solicitaremos à Justiça de Veranópolis a prorrogação das prisões temporárias de todos suspeitos, por mais cinco dias – destacou o delegado regional, Paulo Roberto Rosa da Silva.

Para o cumprimento dos mandados de prisão, cinco delegados e 11 agentes gaúchos participaram das diligências, além do reforço das polícias dos demais Estados. Os pastores detidos foram recolhidos ao Presídio Regional de Nova Prata e devem responder por estelionato, formação de quadrilha e falsificação de documentos.

As vítimas gaúchas são na grande maioria de Veranópolis, onde residem 37 delas. Há mais duas de Bento Gonçalves e uma de Nova Prata. O grupo aplicava os golpes também em Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. A polícia não divulgou o nome dos presos.



ENTREVISTA- “Jamais desconfiaria de um amigo e pastor”

Nivaldo Penso - Vítima do golpe


O empresário de Bento Gonçalves Nivaldo Penso, 42 anos, foi vítima do golpe e detalhou o esquema ao Jornal Pioneiro. Confira a entrevista:

Jornal Pioneiro – Como a oferta de compra de veículos foi feita?

Nivaldo Penso – Quem me ofereceu foi um amigo pessoal que frequentava a minha casa e, inclusive, viajávamos juntos com as famílias. Jamais poderia desconfiar de um amigo e pastor. Ele tinha uma planilha de venda com os modelos e valores. Negociei um ônibus no valor de R$ 25 mil e uma caminhonete por R$ 20 mil.

Pioneiro – Como era feito o pagamento?

Penso – Sempre com depósito à vista. Um dos valores foi pedido que eu depositasse na conta da Igreja Presbiteriana Viva, do Rio de Janeiro, e o outro na conta de uma pessoa física ligada à Igreja Assembleia de Deus Bom Retiro, em São Paulo. Como ele disse que os carros foram doados para a igreja pela Receita Federal, não estranhei naquele momento a forma de pagamento ou os valores.

Pioneiro – Quando você passou a desconfiar que se tratava de um golpe?

Penso – Eles tinham prometido a entrega dos veículos para 30 dias a partir da data do depósito, mas, passou o prazo, e nada. Entrei em contato e sempre protelavam mais a entrega. Diziam que era um processo lento e que era para ter calma. Começaram a inventar desculpas. Então, soube por conhecidos que outras pessoas também passavam pelo mesmo problema, em Veranópolis, e fui atrás delas.

Como funcionava
- Uma mulher, que se apresentava como juíza da Receita Federal no Rio de Janeiro ou como auditora do órgão, se aproximava de pastores evangélicos de vários Estados e fazia uma proposta de trabalho.
- Ela fornecia aos pastores uma listagem contendo modelos e preços de carros, caminhonetes, caminhões e ônibus. Os preços eram mais de 50% abaixo do preço de mercado.
- Caso eles vendessem um determinado número de veículos, receberiam uma comissão e um carro ao término das vendas. A justificativa para o preço era de que se tratava de veículos doados pela Receita Federal para serem vendidos entre as igrejas.
- Os pastores por sua vez usavam as planilhas para oferecer os veículos para um grupo pequeno de pessoas, normalmente amigos e um número reduzido de fiéis, para não alarmar.
- Os pagamentos eram sempre à vista, com depósitos em conta de igrejas ou laranjas. Normalmente, o dinheiro ficava poucas horas na conta e era repassado para a mulher que, segundo a polícia, seria a gerente de operações do grupo.
- Os carros, que nunca existiram, não eram entregues, e as vítimas passaram a cobrar dos pastores. Algumas reuniões chegaram a ser marcadas como tática para acalmar as pessoas que seguiram sem os bens.
Fonte: Fonte: Polícia Civil

terça-feira, 3 de julho de 2012

GOLPE DE LARANJAS ATINGE BANCO

 
ZERO HORA 03 de julho de 2012 | N° 17119

FANTASMAS DO CRIME

Bancos são vítimas de golpe de R$ 1 milhão

Quadrilha usava laranjas e documentos falsos para captar empréstimos - EDUARDO TORRES

Morando em áreas nobres da Capital, eles se apresentavam como empresários. Mas, conforme uma investigação policial de três meses, eles montaram um complexo esquema de falsificações de documentos e lavagem de dinheiro que deixou para trás um prejuízo ao sistema bancário de pelo menos R$ 1 milhão.

Na manhã de ontem, três das sete pessoas apontadas pela Polícia Civil como líderes da quadrilha foram presas temporariamente, na Operação Caça-Fantasmas. O líder seria um homem de 29 anos, morador do bairro Bela Vista. Ele não foi capturado.

O esquema consistia no uso de nomes de laranjas para alterar o corpo societário e a razão social de empresas com CNPJs muito antigos e em desuso na Junta Comercial. A polícia acredita que boa parte dos donos dessas empresas é de baixa renda e tenha sido também vítima. Em média, cada empréstimo chegava a R$ 200 mil. As supostas empresas ofereciam veículos (em muitos casos, semirreboques) como garantia de patrimônio para cobrir as dívidas no momento de pedir os empréstimos. O problema é que os veículos nunca existiram.

– Eles apresentavam uma documentação correta dos veículos, como se os semirreboques tivessem sido fabricados para a empresa. Até que os bancos fossem cobrar, já era tarde – diz o delegado Ajaribe Rocha Pinto.

Os nomes dos suspeitos e dos bancos lesados não foram divulgados pela polícia. O que os investigadores ainda não sabem é o nível de envolvimento das empresas autorizadas pelo Detran para fornecer o registro dos veículos.

– Podem ter sido vítimas do golpe ou participantes. A partir da operação, tenho certeza que aparecerão mais vítimas, e os valores de prejuízo devem ser ainda maiores – afirmou o delegado.


Empresário preso seria o mentor do esquema

Na manhã de ontem, o suspeito apontado como mentor dos golpes contra o sistema bancário foi preso pelos agentes da 15ª DP. O homem de 54 anos seria proprietário de uma locadora de veículos em Porto Alegre. De acordo com a polícia, ele teria ensinado o restante do bando a forjar o golpe.

– A partir do que eles conseguiam nos bancos, custeavam a compra de novos veículos, viagens e todo tipo de bens – explicou o delegado Ajaribe Rocha Pinto.

Também foram capturadas duas mulheres. Uma delas, de 52 anos, era a contadora do grupo. A outra, de 24 anos, seria namorada de um dos líderes da quadrilha. Ela guardava as documentações e possivelmente providenciava falsificações para eles. Além do líder da quadrilha, os policiais ainda buscam envolvidos nos golpes em Alvorada, Viamão e Esteio.

O esquema
- Estelionatários descobriam documentos de empresas antigas, que muitas vezes nem sequer estão em atividade, mas seguem cadastradas na Junta Comercial.
- Mudavam a razão social e incluíam o nome de um dos golpistas como sócio.
- O grupo aumentava o chamado capital social da empresa, e então procurava bancos em busca de empréstimos, alegando que investiria o dinheiro na firma.
- Como garantia, davam documentos de veículos (entre eles, tratores e máquinas).
- Aparentemente, os veículos eram regulares (a polícia ainda investiga).
- Os bancos só descobriam o esquema quando as primeiras faturas não eram pagas.