ZERO HORA 03 de julho de 2012 | N° 17119
FANTASMAS DO CRIME
Bancos são vítimas de golpe de R$ 1 milhão
Quadrilha usava laranjas e documentos falsos para captar empréstimos - EDUARDO TORRES
Morando em áreas nobres da Capital, eles se apresentavam como empresários. Mas, conforme uma investigação policial de três meses, eles montaram um complexo esquema de falsificações de documentos e lavagem de dinheiro que deixou para trás um prejuízo ao sistema bancário de pelo menos R$ 1 milhão.Na manhã de ontem, três das sete pessoas apontadas pela Polícia Civil como líderes da quadrilha foram presas temporariamente, na Operação Caça-Fantasmas. O líder seria um homem de 29 anos, morador do bairro Bela Vista. Ele não foi capturado.
O esquema consistia no uso de nomes de laranjas para alterar o corpo societário e a razão social de empresas com CNPJs muito antigos e em desuso na Junta Comercial. A polícia acredita que boa parte dos donos dessas empresas é de baixa renda e tenha sido também vítima. Em média, cada empréstimo chegava a R$ 200 mil. As supostas empresas ofereciam veículos (em muitos casos, semirreboques) como garantia de patrimônio para cobrir as dívidas no momento de pedir os empréstimos. O problema é que os veículos nunca existiram.
– Eles apresentavam uma documentação correta dos veículos, como se os semirreboques tivessem sido fabricados para a empresa. Até que os bancos fossem cobrar, já era tarde – diz o delegado Ajaribe Rocha Pinto.
Os nomes dos suspeitos e dos bancos lesados não foram divulgados pela polícia. O que os investigadores ainda não sabem é o nível de envolvimento das empresas autorizadas pelo Detran para fornecer o registro dos veículos.
– Podem ter sido vítimas do golpe ou participantes. A partir da operação, tenho certeza que aparecerão mais vítimas, e os valores de prejuízo devem ser ainda maiores – afirmou o delegado.
Empresário preso seria o mentor do esquema
Na
manhã de ontem, o suspeito apontado como mentor dos golpes contra o
sistema bancário foi preso pelos agentes da 15ª DP. O homem de 54 anos
seria proprietário de uma locadora de veículos em Porto Alegre. De
acordo com a polícia, ele teria ensinado o restante do bando a forjar o
golpe.
– A partir do que eles conseguiam nos bancos, custeavam a compra de novos veículos, viagens e todo tipo de bens – explicou o delegado Ajaribe Rocha Pinto.
Também foram capturadas duas mulheres. Uma delas, de 52 anos, era a contadora do grupo. A outra, de 24 anos, seria namorada de um dos líderes da quadrilha. Ela guardava as documentações e possivelmente providenciava falsificações para eles. Além do líder da quadrilha, os policiais ainda buscam envolvidos nos golpes em Alvorada, Viamão e Esteio.
– A partir do que eles conseguiam nos bancos, custeavam a compra de novos veículos, viagens e todo tipo de bens – explicou o delegado Ajaribe Rocha Pinto.
Também foram capturadas duas mulheres. Uma delas, de 52 anos, era a contadora do grupo. A outra, de 24 anos, seria namorada de um dos líderes da quadrilha. Ela guardava as documentações e possivelmente providenciava falsificações para eles. Além do líder da quadrilha, os policiais ainda buscam envolvidos nos golpes em Alvorada, Viamão e Esteio.
O esquema |
- Estelionatários descobriam documentos de empresas antigas, que muitas vezes nem sequer estão em atividade, mas seguem cadastradas na Junta Comercial. |
- Mudavam a razão social e incluíam o nome de um dos golpistas como sócio. |
- O grupo aumentava o chamado capital social da empresa, e então procurava bancos em busca de empréstimos, alegando que investiria o dinheiro na firma. |
- Como garantia, davam documentos de veículos (entre eles, tratores e máquinas). |
- Aparentemente, os veículos eram regulares (a polícia ainda investiga). |
- Os bancos só descobriam o esquema quando as primeiras faturas não eram pagas. |
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