sábado, 31 de maio de 2014

HABEAS CORPUS UNÂNIME PARA DAL AGNOL

O NACIONAL, 30/05/2014 - 18:08


Concedido habeas corpus para Maurício Dal Agnol. Decisão da 6ª Câmara Criminal de Justiça deferiu por unanimidade a suspensão da prisão preventiva contra o advogado



Créditos: Arquivo



A 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado concedeu, por unanimidade habeas corpus para o advogado passo-fundense Maurício Dal Agnol, acusado de um golpe milionário das ações da telefonia. A decisão foi proferida nesta sexta-feira. Com isso o advogado poderá retornar ao Brasil. O TJRS também fixou em R$ 1,6 milhão a fiança que deve ser paga. Decidiu ainda a proibição de manter contato com as vítimas, recolhimento domiciliar entre 21h até 6h do dia seguinte, entrega do passaporte e comparecimento na 3ª Vara Criminal da Justiça de Passo Fundo todas as segundas e sextas-feiras.

A sessão de julgamento do pedido de Habeas iniciou na quinta-feira, foi suspensa e teve sequência nesta sexta-feira. Os desembargadores concederam parcialmente a liminar pleiteada, suspendendo a ordem de prisão preventiva, deferindo-se um salvo conduto com validade de 30 dias, a fim de que ele retorne ao Brasil e apresente-se em juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de Passo Fundo. Para tanto, o TJRS impõe as seguintes condições: comparecimento semanal, em juízo, às segundas e sextas-feiras, para informar e justificar suas atividades; proibição de manter contato com as vítimas, salvo se houver autorização judicial expressa; recolhimento domiciliar, diariamente, no período entre as 21h e 06h do dia seguinte; entrega do passaporte ao juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de Passo Fundo, quando da sua apresentação inicial; e o depósito de fiança no valor de R$1.626.734,75, em conta judicial remunerada de agência do Banrisul, vinculada ao processo criminal de origem, para assegurar, em caso de eventual condenação criminal definitiva, o pagamento de indenização pelos danos causados às vítimas, multas legais e custas processuais. O habeas fica suspenso a partir de 1º de julho, caso o advogado não cumpra as medidas.

Ordem de pagamento

Em outra decisão, a Justiça cancelou todas as ordens de pagamento dirigidas ao Banrisul e que tivessem como autorizado o advogado Maurício Dal Agnol, o que gerou um retorno de R$ 6 milhões ao Judiciário gaúcho. A determinação de cancelar é do corregedor-geral da Justiça, desembargador Tasso Caubi Soares Delabary. A CGJ considerou, ao determinar o cancelamento, o comunicado de suspensão preventiva de Maurício Dal Agnol feito pela OAB/RS e o significativo número de demandas que o advogado tinha em todo o Estado. Ainda, a repercussão dos fatos noticiados na comunidade envolvendo Dal Agnol.

Entenda o caso

Em fevereiro, Polícia Federal e Ministério Público desencadearam a operação Carmelina, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa, suspeita de ter lesado cerca de 30 mil clientes que ingressaram com ações contra a extinta CRT, e causado um prejuízo avaliado em R$ 100 milhões. Segundo acusação, a banca de advogado recebia o pagamento das ações, mas repassava parcialmente ou nenhum valor aos clientes. As investigações, iniciadas em 2012, apontaram o advogado e empresário Maurício Dal Agnol, como líder do esquema. Além dele, foram acusados a esposa, outro advogado, de Bento Gonçalves e uma contadora. Dal Agnol teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, acusado de apropriação indébita e formação de quadrilha, revogada nesta sexta-feira. Os demais acusados pagaram a fiança, entregaram seus passaportes e estão cumprindo a medida cautelar de se apresentar todas as segundas e sextas-feiras para a Justiça. A esposa do advogado Maurício Dal Agnol, Marcia Fátima da Silva Dal Agnol, que se apresentou no dia 15 de maio, no fórum de Passo Fundo está se apresentando todas as segundas e sextas à Justiça de Curitiba, no Paraná.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

FRAUDES ONLINE FAZEM 77 MIL VÍTIMAS POR DIA

JORNAL EXTRA 19/05/14 

O delegado Alessandro Thiers, da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) Foto: Divulgação


Igor Ricardo


É comum ouvir, diante do comentário de que alguém foi vítima de um golpista, a frase “Mas eu nunca cairia num golpe desses”. Apesar disso, cerca de 77 mil brasileiros sofrem diariamente em fraudes online, de acordo com dados da empresa de antivírus Norton. A crença de que a autoria do delito não será descoberta é o principal motivo que leva uma pessoa a não denunciar a prática.

No conto da noiva russa, por exemplo, uma pessoa envolve a outra de tal maneira que a acaba convencendo de mandar dinheiro para uma conta bancária com a justificativa de que “ela” gostaria de vir ao Brasil visitar o “amante”. Certamente, tal jovem não era nem jovem, nem bela, e, talvez, nem mulher.

— A internet expõe a gente. As pessoas sabem o que você faz, seu cotidiano. Certa vez, fui apresentar um programa numa web TV, antes de entrevistar a personagem, eu analisei o perfil dela numa rede social. Quando ela chegou, já fui falando do que ela gostava de fazer, e ela ficou assustada com tudo que fui falando. Estamos expostos ao perigo — contou Gilmar Lopes, criador do blog E-Farsas e pesquisador da web desde o início da internet no Brasil.

Os crimes cibernéticos vão além do estelionato, porém. Ataques à honra, extorsão, pedofilia e apologia ao crime também são cometidos na rede. E toda delegacia é obrigada a registrar a ocorrência e investigar os crimes virtuais.

No Rio de Janeiro, desde 2000 a apuração de casos de maiores complexidades é feita pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI). De acordo com o titular da especializada, Alessandro Thiers, não existe uma classe social alvo dos crackers (indivíduo que usa seus conhecimentos para atos ilegais na web). Ainda segundo Thiers, mais de 40% dos casos ocorridos na internet são de crimes contra a honra. Seguido das fraudes de um modo geral e da pedofilia.

— Tudo que acontece no mundo virtual é real. São reais as empresas, as pessoas, elas podem não ser verdadeiras, mas são reais. A internet deixa rastro. Por isso, quase sempre chegamos a autoria desses crimes. A população tem que denunciar — afirmou o delegado.

Atenção aos filhos

Cuidado com o conteúdo que seus filhos têm acesso na internet. Caso eles usam sites de redes sociais, tenha sempre a ciência do que eles fazem com quem falam e sobre o que falam.

Bom demais...

Cuidado com e-mails de ofertas boas demais ou de produtos muito baratos.

Desconfie

Se você começar a receber e-mails de resposta de algo que você não enviou, desconfie.

Contas pessoais

Evite usar computadores de uso coletivo para acessar suas contas pessoais;

Extensões de arquivos

Cuidado com arquivos de extensões como “.exe”, “.rar” ,“.pif”, “.dll”, “.scr”, “.com” e “.zip”. É comum usuários mal intencionados enviarem arquivos com vírus disfarçados de música, filmes, programas etc.


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