quinta-feira, 6 de novembro de 2014

DESVIO MILIONÁRIO NA CAIXA FEDERAL



ZH 06 de novembro de 2014 | N° 17975

Fraude contra Caixa resulta em prejuízo de R$ 22 milhões no RS. Operação da PF cumpriu mandados de busca e apreensão na Capital e em mais quatro cidades



Uma fraude milionária contra a Caixa apurada pela Polícia Federal (PF) no Estado envolvia o gerente de uma agência (não foi divulgado o nome), um correspondente bancário e cerca de 70 empresas de ramos como construção, transporte e comércio.

O inquérito que apura prejuízo de R$ 22 milhões à instituição deu origem à Operação Rolagem, deflagrada na manhã de ontem. Os policiais federais cumpriram nove mandados de busca e apreensão e 13 de condução coercitiva (apenas para prestar depoimento) na Capital, em Canoas, Estância Velha e Novo Hamburgo.

– Quem trouxe a notícia da possível ocorrência de crime foi a Caixa. Ao analisar algumas operações de crédito, a instituição detectou suspeita de fraude em uma agência específica. A Caixa fez uma apuração interna e rapidamente procurou a Polícia Federal – informou o superintendente da PF no Rio Grande do Sul, Sandro Caron.

A investigação teve início em fevereiro e apurou fatos entre julho de 2012 e novembro de 2013.

O esquema era operado por um correspondente bancário, que não era funcionário da Caixa, e pelo então gerente, que já foi demitido.







Empréstimos chegavam a até R$ 300 mil



O valor dos empréstimos concedidos oscilava entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. Os suspeitos, conforme a PF, tomavam cuidado para que a concessão ficasse apenas no âmbito da agência, e não da superintendência. No inquérito, consta que empresas do mesmo grupo trocavam duplicatas para antecipar os empréstimos – eram documentos simulados, não havia prestação de serviço entre as firmas.

Os policiais federais buscam detectar qual a participação de cada pessoa na fraude, quais empresas são forjadas e quem não sabia que tinha o nome usado. Os envolvidos podem responder por formação de quadrilha, estelionato, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.

Na manhã de ontem, foram apreendidos três veículos, joias, R$ 12 mil em dinheiro, documentos, cartões de crédito e cheques.

A PF pediu a prisão temporária de quatro pessoas – entre elas, o ex-gerente –, mas o pedido não foi acatado pela Justiça.



COMO ERA O ESQUEMA

1. Uma organização criminosa utilizava o nome de aproximadamente 70 empresas para abrir contas em uma agência de Porto Alegre (não foi divulgado o bairro) com documentação forjada.

2. Na sequência, eram contraídas operações de crédito em nome dessas firmas.

3. Obtidos os empréstimos, eram efetuadas transferências para pessoas físicas e jurídicas inadimplentes, o que se denomina rolagem da dívida.

4. As movimentações nas contas abertas na agência por essas empresas se referiam apenas às transferências dos empréstimos.

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