TV GLOBO, FANTÁSTICO Edição do dia 03/08/2014
Polícia diz que família forjava gastos e multiplicava milhas de forma infinita
Bruno Will e família são suspeitos de movimentarem R$ 39 milhões com gastos irreais no cartão de crédito, venda de milhas e viagens pelo mundo.
Acabou a festa. Nesta semana, a Polícia Civil realizou uma operação de busca e apreensão, expedida pela Justiça, na casa dos suspeitos.
Bruno Will rodou o mundo com a família. Estiveram na França, Suíça, Estados Unidos. Durante três anos, viveram um sonho.
Mas a polícia suspeita que todas essas viagens foram realizadas graças a um golpe, que teria sido bolado por Bruno, um técnico em informática, de 27 anos.
É em uma rua pacata de Padre Miguel, Zona Oeste do RJ, que começa e termina, segundo a polícia, uma armação cheia de criatividade. Digna de cinema.
Bruno e a família teriam descoberto como multiplicar de forma infinita suas milhas aéreas. Cada vez que uma pessoa usa o cartão de crédito, acumula pontos que podem ser convertidos em passagens aéreas, diárias de hotel e outros benefícios.
Segundo a polícia, eles forjavam gastos para poder usar cartões de crédito e, assim, criar milhas. Faziam isso emitindo boletos bancários falsos em que muitas vezes o pagador e o credor eram a mesma pessoa. Ou seja, o dinheiro saía de uma conta e entrava na mesma conta ou então na conta de alguém da família.
Os boletos eram pagos com cartões de crédito. Geravam mais milhas, trocavam essas milhas por passagens aéreas e também ganhavam dinheiro vendendo milhas para agências de turismo. Viajavam, emitiam boletos, inventavam gastos irreais no cartão de crédito e criavam milhas. E assim eles movimentaram R$ 39 milhões em um ano. Um valor incompatível à renda de Bruno, por exemplo, que declara receber R$ 1,7 mil por mês.
“O que chamou a atenção das autoridades foi a movimentação financeira totalmente distante da capacidade econômica dessas pessoas”, diz o delegado Flávio Porto.
Alertada pelo conselho de controle de atividades financeiras do Ministério da Fazenda, a Polícia Civil do Rio de Janeiro começou a investigar. Colheu provas. Na última quinta-feira (31), foi realizada uma operação de busca e apreensão expedida pela Justiça na casa dos suspeitos. Encontraram dezenas de cartões de crédito, extratos, passagens aéreas, reservas, boletos bancários e relatórios financeiros.
Esta semana também, a Justiça determinou a quebra do sigilo bancário, o bloqueio das contas e das milhas dos 15 investigados.
“Quadrilha, estelionato, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem chegar a 23 anos”, explica o delegado.
O Fantástico tentou ouvir os suspeitos. Bruno não quis receber nossa equipe. Por telefone, o pai de Bruno, Jefferson Will, negou qualquer irregularidade nas viagens e transações bancárias que a família realizou: “A gente vai provar tudinho que isso aí não passa de uma denúncia inexistente, uma denúncia falsa. Jamais fizemos alguma coisa errada para ter vantagem de alguma coisa”.
Depois de terem acesso as informações do inquérito, várias pessoas da família que são religiosas foram a uma igreja no sábado. O Fantástico foi até lá para tentar gravar uma entrevista com eles. A família não quis falar com a equipe.
Os investigados serão chamados para depor e não serão presos enquanto o inquérito não for concluído. A Justiça acredita que eles não oferecem risco à sociedade. Mas espera entender por que uma família de classe média, aparentemente unida e feliz, teria cruzado o limite da lei para fazer uma viagem bem mais cara ao mundo do crime.
Polícia diz que família forjava gastos e multiplicava milhas de forma infinita
Bruno Will e família são suspeitos de movimentarem R$ 39 milhões com gastos irreais no cartão de crédito, venda de milhas e viagens pelo mundo.
Acabou a festa. Nesta semana, a Polícia Civil realizou uma operação de busca e apreensão, expedida pela Justiça, na casa dos suspeitos.
Bruno Will rodou o mundo com a família. Estiveram na França, Suíça, Estados Unidos. Durante três anos, viveram um sonho.
Mas a polícia suspeita que todas essas viagens foram realizadas graças a um golpe, que teria sido bolado por Bruno, um técnico em informática, de 27 anos.
É em uma rua pacata de Padre Miguel, Zona Oeste do RJ, que começa e termina, segundo a polícia, uma armação cheia de criatividade. Digna de cinema.
Bruno e a família teriam descoberto como multiplicar de forma infinita suas milhas aéreas. Cada vez que uma pessoa usa o cartão de crédito, acumula pontos que podem ser convertidos em passagens aéreas, diárias de hotel e outros benefícios.
Segundo a polícia, eles forjavam gastos para poder usar cartões de crédito e, assim, criar milhas. Faziam isso emitindo boletos bancários falsos em que muitas vezes o pagador e o credor eram a mesma pessoa. Ou seja, o dinheiro saía de uma conta e entrava na mesma conta ou então na conta de alguém da família.
Os boletos eram pagos com cartões de crédito. Geravam mais milhas, trocavam essas milhas por passagens aéreas e também ganhavam dinheiro vendendo milhas para agências de turismo. Viajavam, emitiam boletos, inventavam gastos irreais no cartão de crédito e criavam milhas. E assim eles movimentaram R$ 39 milhões em um ano. Um valor incompatível à renda de Bruno, por exemplo, que declara receber R$ 1,7 mil por mês.
“O que chamou a atenção das autoridades foi a movimentação financeira totalmente distante da capacidade econômica dessas pessoas”, diz o delegado Flávio Porto.
Alertada pelo conselho de controle de atividades financeiras do Ministério da Fazenda, a Polícia Civil do Rio de Janeiro começou a investigar. Colheu provas. Na última quinta-feira (31), foi realizada uma operação de busca e apreensão expedida pela Justiça na casa dos suspeitos. Encontraram dezenas de cartões de crédito, extratos, passagens aéreas, reservas, boletos bancários e relatórios financeiros.
Esta semana também, a Justiça determinou a quebra do sigilo bancário, o bloqueio das contas e das milhas dos 15 investigados.
“Quadrilha, estelionato, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem chegar a 23 anos”, explica o delegado.
O Fantástico tentou ouvir os suspeitos. Bruno não quis receber nossa equipe. Por telefone, o pai de Bruno, Jefferson Will, negou qualquer irregularidade nas viagens e transações bancárias que a família realizou: “A gente vai provar tudinho que isso aí não passa de uma denúncia inexistente, uma denúncia falsa. Jamais fizemos alguma coisa errada para ter vantagem de alguma coisa”.
Depois de terem acesso as informações do inquérito, várias pessoas da família que são religiosas foram a uma igreja no sábado. O Fantástico foi até lá para tentar gravar uma entrevista com eles. A família não quis falar com a equipe.
Os investigados serão chamados para depor e não serão presos enquanto o inquérito não for concluído. A Justiça acredita que eles não oferecem risco à sociedade. Mas espera entender por que uma família de classe média, aparentemente unida e feliz, teria cruzado o limite da lei para fazer uma viagem bem mais cara ao mundo do crime.
Nenhum comentário:
Postar um comentário