OPERAÇÃO ARCANO. PF prende 15 por fraudes em vestibulares - ZERO HORA 14/03/2012
A Polícia Federal prendeu ontem 15 suspeitos de fazer parte de uma quadrilha que por mais de uma década fraudou vestibulares de Medicina de faculdades privadas, aprovando dezenas de alunos por ano. A PF apurou que a quadrilha atuou em pelo menos 13 vestibulares nos Estados de São Paulo, Rio, Mato Grosso do Sul, Piauí e Goiás.
Os estudantes recebiam as respostas por pontos eletrônicos. Uma central em Goiânia (GO) coordenava o trânsito das informações. A quadrilha era dividida em cinco células: corretores, treinadores, pilotos, assistentes e um coordenador. A célula dos corretores era formada por alunos de cursinhos que selecionavam os estudantes e pais interessados em comprar o acesso às respostas. O dinheiro só era pago após a aprovação do estudante.
– Uma vez cooptados, os estudantes passavam pelos treinadores, que ensinavam o uso do ponto eletrônico. No dia da prova, entravam em ação os pilotos, professores de cursinho ou estudantes que, especializados em determinadas matérias, respondiam somente às questões de suas áreas – explicou o delegado Nelson Cerqueira.
Os pilotos repassavam as respostas para a célula dos assistentes, que enviavam os dados à central, em Goiânia, liderada pelo coordenador. De lá, os gabaritos eram montados e repassados via ponto eletrônico, nunca com 100% de acertos para não chamar a atenção.
Nomes dos acusados e das escolas não foram revelados. A polícia tem nomes de “dezenas” de estudantes e pais que pagaram R$ 60 mil pela aprovação e deverão responder por estelionato. As investigações foram comandadas pela PF de Araraquara (SP).
Uma das prisões foi realizada no RS
Segundo Cerqueira, a quadrilha era liderada por um médico de Goiânia. Durante a Operação Arcano foram apreendidos computadores, documentos, agendas, equipamentos eletrônicos e dois revólveres. As prisões foram feitas em São Paulo, Bahia, Tocantins, Pará, Goiás e uma no Rio Grande do Sul.
O próximo passo é levantar informações contidas nos materiais apreendidos. Com eles, a PF espera identificar os clientes da quadrilha. De acordo com o delegado, como os acusados colaboraram, e as investigações devem demorar mais que os 10 dias de prazo da prisão temporária, a PF optou por liberá-los após os depoimentos.
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