FERNANDA DA COSTA
INVESTIGADO POR GOLPE
Dal Agnol se apresenta à Justiça de Passo Fundo
SUSPEITO DE LUCRAR R$ 100 milhões de forma indevida e lesar 30 mil clientes, advogado pagou fiança de R$ 1,6 milhão e foi ao Fórum ontem
Oadvogado Mauricio Dal Agnol, suspeito de dar golpe em 30 mil clientes e lucrar R$ 100 milhões de forma indevida, apresentou-se à Justiça ontem. Ele compareceu ao cartório da 3ª Vara Criminal do Fórum de Passo Fundo, no norte do Estado, no final da tarde.
Em fevereiro, um inquérito com o resultado da investigação da Polícia Federal (PF) do município levou o advogado a se tornar um foragido da Justiça brasileira. Dal Agnol estaria nos Estados Unidos desde 17 de fevereiro, dois dias antes de ter sido decretada a prisão. No final de maio, no entanto, ele teve a prisão preventiva suspensa. Com restrições, a liberdade concedida pela Justiça tinha prazo de um mês e buscava fazer com que o advogado retornasse ao Brasil e se apresentasse em juízo, o que ocorreu ontem.
O delegado da Polícia Federal Mauro Vinícius Soares de Moraes relatou que foram registrados protestos na cidade quando a população soube que o advogado se apresentou no Fórum.
– Houve tumulto em frente ao Fórum, e muitos motoristas buzinaram quando passavam pelo local. Ele fez muitas vítimas, a população está indignada – comentou o delegado.
Segundo Moraes, a PF ainda investiga o advogado. Há aproximadamente cem inquéritos para apurar golpes que ele teria aplicado em clientes de todo o Estado.
Conforme as restrições previstas na suspensão da prisão de Dal Agnol, o advogado teria de entregar o passaporte à Justiça, comparecer semanalmente em juízo (às segundas e sextas-feiras) para informar e justificar suas atividades, não sair de casa entre 21h e 6h e depositar uma fiança no valor de R$ 1.626.734,75 para assegurar o pagamento de indenização por danos causados às vítimas, com as quais não pode manter contato sem autorização judicial. Segundo Moraes, a fiança foi paga neste mês.
Procurado pela reportagem, o advogado de Dal Agnol, Eduardo Sanz, afirmou, por e-mail, que a defesa considera que o mais correto no momento é resguardar os direitos de intimidade do cliente e respeitar os atos do regular trâmite dos processos judiciais.
COMO SERIA O ESQUEMA
- O escritório captava clientes que tinham ações da antiga CRT.
-Todos os clientes passavam uma procuração ao advogado.
-O escritório movia ação coletiva e individual, mas os clientes não sabiam. A individual buscava rever valores das ações da antiga CRT da telefonia móvel, enquanto a coletiva visava recuperar valores de linha fixa.
- No fim dos processos, em vez de repassar 80% do valor ao cliente e ficar com 20%, a porcentagem era invertida, e o cliente ficava com menos do que determina a lei. Ainda eram cobrados honorários sobre os 20%.
-A PF suspeita que dois contratos eram assinados como se fossem um só. Um era de honorários e outro de cessão de direitos, que parecia a segunda via do primeiro.
-Como o advogado ficava com a procuração, podia pegar o dinheiro em nome do cliente. Depois, dizia para os clientes que a ação ainda não tinha avançado.
INVESTIGADO POR GOLPE
Dal Agnol se apresenta à Justiça de Passo Fundo
SUSPEITO DE LUCRAR R$ 100 milhões de forma indevida e lesar 30 mil clientes, advogado pagou fiança de R$ 1,6 milhão e foi ao Fórum ontem
Oadvogado Mauricio Dal Agnol, suspeito de dar golpe em 30 mil clientes e lucrar R$ 100 milhões de forma indevida, apresentou-se à Justiça ontem. Ele compareceu ao cartório da 3ª Vara Criminal do Fórum de Passo Fundo, no norte do Estado, no final da tarde.
Em fevereiro, um inquérito com o resultado da investigação da Polícia Federal (PF) do município levou o advogado a se tornar um foragido da Justiça brasileira. Dal Agnol estaria nos Estados Unidos desde 17 de fevereiro, dois dias antes de ter sido decretada a prisão. No final de maio, no entanto, ele teve a prisão preventiva suspensa. Com restrições, a liberdade concedida pela Justiça tinha prazo de um mês e buscava fazer com que o advogado retornasse ao Brasil e se apresentasse em juízo, o que ocorreu ontem.
O delegado da Polícia Federal Mauro Vinícius Soares de Moraes relatou que foram registrados protestos na cidade quando a população soube que o advogado se apresentou no Fórum.
– Houve tumulto em frente ao Fórum, e muitos motoristas buzinaram quando passavam pelo local. Ele fez muitas vítimas, a população está indignada – comentou o delegado.
Segundo Moraes, a PF ainda investiga o advogado. Há aproximadamente cem inquéritos para apurar golpes que ele teria aplicado em clientes de todo o Estado.
Conforme as restrições previstas na suspensão da prisão de Dal Agnol, o advogado teria de entregar o passaporte à Justiça, comparecer semanalmente em juízo (às segundas e sextas-feiras) para informar e justificar suas atividades, não sair de casa entre 21h e 6h e depositar uma fiança no valor de R$ 1.626.734,75 para assegurar o pagamento de indenização por danos causados às vítimas, com as quais não pode manter contato sem autorização judicial. Segundo Moraes, a fiança foi paga neste mês.
Procurado pela reportagem, o advogado de Dal Agnol, Eduardo Sanz, afirmou, por e-mail, que a defesa considera que o mais correto no momento é resguardar os direitos de intimidade do cliente e respeitar os atos do regular trâmite dos processos judiciais.
COMO SERIA O ESQUEMA
- O escritório captava clientes que tinham ações da antiga CRT.
-Todos os clientes passavam uma procuração ao advogado.
-O escritório movia ação coletiva e individual, mas os clientes não sabiam. A individual buscava rever valores das ações da antiga CRT da telefonia móvel, enquanto a coletiva visava recuperar valores de linha fixa.
- No fim dos processos, em vez de repassar 80% do valor ao cliente e ficar com 20%, a porcentagem era invertida, e o cliente ficava com menos do que determina a lei. Ainda eram cobrados honorários sobre os 20%.
-A PF suspeita que dois contratos eram assinados como se fossem um só. Um era de honorários e outro de cessão de direitos, que parecia a segunda via do primeiro.
-Como o advogado ficava com a procuração, podia pegar o dinheiro em nome do cliente. Depois, dizia para os clientes que a ação ainda não tinha avançado.
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