HUMBERTO TREZZI
Advogado gaúcho na mira do FBI. Autoridades policiais de diferentes países buscam Maurício Dal Agnol, suspeito de lesar 30 mil clientes na região de Passo Fundo
O FBI, a Polícia Federal americana, começou a investigar o paradeiro do advogado e empresário gaúcho Maurício Dal Agnol, 40 anos, que possui propriedade nos Estados Unidos. Natural de Sarandi e radicado em Passo Fundo, Dal Agnol teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Orlando Faccini Neto, por suspeita de se apropriar de dinheiro de cerca de 30 mil clientes desde a década de 1990.
Os federais americanos foram acionados em decorrência da Difusão Vermelha, boletim da Polícia Internacional (Interpol) que divulga dados de criminosos procurados em todo o planeta. O complicado processo burocrático de emissão de ordem de captura internacional foi concluído no fim de semana. A busca também é feita em outros países.
Dal Agnol, segundo a Polícia Federal (PF), não teria repassado aos clientes indenizações referentes a processos judiciais que ele moveu contra a Brasil Telecom, empresa de telefonia que adquiriu a antiga CRT. As ações eram julgadas procedentes, mas o valor recebido pelo escritório de advocacia não teria sido repassado aos clientes ou seria pago em quantia muito menor da que a estipulada pela Justiça.
A caçada a Dal Agnol começou quando a PF recebeu o mandado de prisão preventiva emitido contra o advogado. A busca começou na sexta-feira. Diversos bens do suspeito foram apreendidos, mas ele não foi encontrado. Ainda na sexta-feira, os policiais requisitaram que a juíza Ana Cristina Frighetto Crossi, titular da 3ª Vara Criminal de Passo Fundo – oficiasse o Ministério da Justiça que o advogado estava desaparecido. Com isso, foi possível incluir o nome de Dal Agnol na lista da Difusão Vermelha, o que o torna um procurado em mais de 130 países signatários da Interpol.
O mandado de prisão foi traduzido para o inglês e levado até o Ministério das Relações Exteriores, que o repassou formalmente à Embaixada dos EUA em Brasília. A diplomacia brasileira já avisou o FBI.
A PF começou a investigação em 2011, após a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Ministério Público Federal ingressarem com representações. As investigações concluíram que o grupo integrado por Dal Agnol captava clientes e entrava com processos contra empresas de telefonia para reivindicar valores referentes à propriedade de linhas telefônicas fixas.
Os federais, comandados pelo delegado Mauro Vinícius Soares de Moraes (chefe da PF em Passo Fundo), deflagraram a busca a Dal Agnol na última sexta-feira.
A ação, que abrangeu Passo Fundo (Planalto Médio) e Bento Gonçalves (Serra), envolveu oito mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia e de contabilidade e em uma residência. Os federais e o Ministério Público afirmam ter identificado o suposto desvio de pelo menos R$ 1,6 milhão de 27 pessoas.
Golpe pode superar a cifra de R$ 100 milhões
Os valores da fraude, porém, podem ultrapassar a cifra de R$ 100 milhões, cálculo feito a partir da movimentação de dinheiro nas contas do grupo. E o número de pessoas lesadas, segundo a PF, pode chegar à marca de 30 mil – é que grande parte dos clientes nem sequer sabe que venceu as causas e não levou o dinheiro.
Zero Hora não localizou o defensor de Dal Agnol. Um dos suspeitos que a PF aponta como envolvido no esquema se manifestou na manhã de sábado. Vilson Bellé informou, por meio do seu advogado, André Callegari, que “não se apropriou de nenhum valor ilegalmente” e que sequer teve acesso aos 12 volumes dos autos, para conhecer a denúncia contra ele.
Já o advogado de Pablo Geovani Cervi, denunciado pelo Ministério Público, ingressou com petição na Comarca de Passo Fundo pedindo dispensa, diminuição ou substituição do valor da fiança instituída para o cliente. Átila Barreto Refosco, juiz plantonista, indeferiu o pedido. O valor da fiança estipulada pelo juiz Orlando Faccini Neto foi de mais de R$ 100 mil para cada um dos cinco suspeitos de envolvimento no esquema.
Advogado gaúcho na mira do FBI. Autoridades policiais de diferentes países buscam Maurício Dal Agnol, suspeito de lesar 30 mil clientes na região de Passo Fundo
O FBI, a Polícia Federal americana, começou a investigar o paradeiro do advogado e empresário gaúcho Maurício Dal Agnol, 40 anos, que possui propriedade nos Estados Unidos. Natural de Sarandi e radicado em Passo Fundo, Dal Agnol teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Orlando Faccini Neto, por suspeita de se apropriar de dinheiro de cerca de 30 mil clientes desde a década de 1990.
Os federais americanos foram acionados em decorrência da Difusão Vermelha, boletim da Polícia Internacional (Interpol) que divulga dados de criminosos procurados em todo o planeta. O complicado processo burocrático de emissão de ordem de captura internacional foi concluído no fim de semana. A busca também é feita em outros países.
Dal Agnol, segundo a Polícia Federal (PF), não teria repassado aos clientes indenizações referentes a processos judiciais que ele moveu contra a Brasil Telecom, empresa de telefonia que adquiriu a antiga CRT. As ações eram julgadas procedentes, mas o valor recebido pelo escritório de advocacia não teria sido repassado aos clientes ou seria pago em quantia muito menor da que a estipulada pela Justiça.
A caçada a Dal Agnol começou quando a PF recebeu o mandado de prisão preventiva emitido contra o advogado. A busca começou na sexta-feira. Diversos bens do suspeito foram apreendidos, mas ele não foi encontrado. Ainda na sexta-feira, os policiais requisitaram que a juíza Ana Cristina Frighetto Crossi, titular da 3ª Vara Criminal de Passo Fundo – oficiasse o Ministério da Justiça que o advogado estava desaparecido. Com isso, foi possível incluir o nome de Dal Agnol na lista da Difusão Vermelha, o que o torna um procurado em mais de 130 países signatários da Interpol.
O mandado de prisão foi traduzido para o inglês e levado até o Ministério das Relações Exteriores, que o repassou formalmente à Embaixada dos EUA em Brasília. A diplomacia brasileira já avisou o FBI.
A PF começou a investigação em 2011, após a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Ministério Público Federal ingressarem com representações. As investigações concluíram que o grupo integrado por Dal Agnol captava clientes e entrava com processos contra empresas de telefonia para reivindicar valores referentes à propriedade de linhas telefônicas fixas.
Os federais, comandados pelo delegado Mauro Vinícius Soares de Moraes (chefe da PF em Passo Fundo), deflagraram a busca a Dal Agnol na última sexta-feira.
A ação, que abrangeu Passo Fundo (Planalto Médio) e Bento Gonçalves (Serra), envolveu oito mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia e de contabilidade e em uma residência. Os federais e o Ministério Público afirmam ter identificado o suposto desvio de pelo menos R$ 1,6 milhão de 27 pessoas.
Golpe pode superar a cifra de R$ 100 milhões
Os valores da fraude, porém, podem ultrapassar a cifra de R$ 100 milhões, cálculo feito a partir da movimentação de dinheiro nas contas do grupo. E o número de pessoas lesadas, segundo a PF, pode chegar à marca de 30 mil – é que grande parte dos clientes nem sequer sabe que venceu as causas e não levou o dinheiro.
Zero Hora não localizou o defensor de Dal Agnol. Um dos suspeitos que a PF aponta como envolvido no esquema se manifestou na manhã de sábado. Vilson Bellé informou, por meio do seu advogado, André Callegari, que “não se apropriou de nenhum valor ilegalmente” e que sequer teve acesso aos 12 volumes dos autos, para conhecer a denúncia contra ele.
Já o advogado de Pablo Geovani Cervi, denunciado pelo Ministério Público, ingressou com petição na Comarca de Passo Fundo pedindo dispensa, diminuição ou substituição do valor da fiança instituída para o cliente. Átila Barreto Refosco, juiz plantonista, indeferiu o pedido. O valor da fiança estipulada pelo juiz Orlando Faccini Neto foi de mais de R$ 100 mil para cada um dos cinco suspeitos de envolvimento no esquema.
Fabricado pela Embraer, o avião do empresário Maurício Dal Agnol é
um Phenom 300, considerado um dos melhores do mundo em sua categoria.
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