CADU CALDAS
Fraude já chega a R$ 25 milhões
Profissionais sob investigação teriam montado lista com base em informações privilegiadas quando eram gerentes de banco
Dois agentes de mercado investigados pela Polícia Federal por causar perdas de pelo menos R$ 25 milhões a investidores usavam informações privilegiadas para escolher as vítimas. Ambos trabalhavam como gerentes de um banco antes de abrir a própria empresa e teriam acessado dados confidenciais para montar uma lista de clientes potenciais baseados nos recursos acumulados.
Conforme aponta investigação da Polícia Federal, Desiree Pacheco e Fabiano Teixeira, sócios na empresa DF Trade são suspeitos de realizar operações de compra e venda de ações sem o consentimento do investidor, o que é proibido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula atividades na bolsa de valores. O intuito seria ganhar a comissão gerada pelo serviço e não fazer bons negócios para os clientes.
Os supostos fraudadores atuavam como agentes autônomos vinculados a pelo menos cinco corretoras de grande porte no país.
Aumenta a quantidade de pessoas que relatam perda
Mário Sérgio Vaz Cabeda é um dos afetados pela suposta fraude. O professor universitário deixou cerca de R$ 80 mil em 2011 e 2012 aos cuidados da DF Trade. Alertado pelo irmão, também cliente, que desconfiou dos extratos emitidos pela empresa, resolveu resgatar o dinheiro investido. No período, perdeu quase R$ 30 mil, diz:
– Eu só confiei neles porque tinha o nome de uma grande empresa por trás. Depois de uma negociação difícil, a corretora ressarciu de forma parcial os prejuízos.
A quantidade de supostas vítimas chega a 60. Além do número de clientes enganados, que cresce conforme avançam as investigações da Polícia Federal, aumenta o tamanho do prejuízo. As perdas relatadas até agora são projetadas em R$ 25 milhões, 10 vezes mais do que o inicialmente estimado.
Depois de negar a prisão preventiva dos dois suspeitos, a Justiça determinou ontem o bloqueio de bens dos investigados, como prédio comercial em Santa Maria, residência em Passo Fundo, casa em condomínio de luxo em Gravataí e carros importados.
Procurados, Desiree e Fabiano não atenderam às ligações.
PARA SE PROTEGER - Confira algumas dicas da CVM para evitar ser vítima de uma fraude
VERIFIQUE O CADASTRO - Antes de contratar, cheque se o agente autônomo que está lhe oferecendo o serviço está autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A pesquisa pode ser feita no site da instituição (www.cvm.gov.br). Para atuar, o profissional precisa estar vinculado a uma corretora. Observe também se há vínculo formal do agente com a empresa no cadastro da CVM.
CONFIRA A LISTA DOS MAUS PROFISSIONAIS - A CVM dispõe de um registro de pessoas em relação as quais se identificou, no passado, indícios de atuação irregular de investimento. De posse do CPF/CNPJ ou do nome, é possível pesquisar essa informação na base de dados disponível no site da instituição.
TENHA CUIDADO NAS FEIRAS DE NEGÓCIOS - Para abordagens realizadas em cursos, feiras de negócios, sites na internet e mesmo em escritórios de representação, deve haver um cuidado redobrado para verificar a procedência da oferta. A CVM já identificou casos de golpistas que utilizam o nome de uma instituição registrada, mas oferecendo dados de contato diferentes. Deve-se buscar verificar, especialmente nessas tratativas realizadas fora do ambiente de uma instituição autorizada, se aquela pessoa ou instituição realmente está atuando em nome do participante de mercado.
BUSQUE CONHECIMENTO - No site da CVM, há um portal educacional voltado principalmente para investidores iniciantes, onde alguns dos golpes mais comuns são apresentados.
NA DÚVIDA, PROCURE AJUDA - Sempre que tiver dúvida ou quiser fazer reclamação ou denúncia, o interessado pode entrar em contato com a CVM por meio de diferentes canais de comunicação. O meio mais rápido é o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), disponível em “Fale com a CVM” no site da instituição.
LEIA SOBRE O ASSUNTO - Procure informações sobre investimentos e intermediários antes de fazer qualquer aplicação. A CVM oferece diversas iniciativas educacionais, realizando palestras em universidades, escolas e cidades fora do eixo Rio-São Paulo, além de editar e distribuir gratuitamente publicações de interesse do investidor.
ATITUDES QUE PODEM INDICAR FRAUDE
- Pressionar o cliente a investir
- Utilizar depoimentos de outros supostos investidores em blogs e redes sociais incentivando a aproveitar uma “oportunidade” imperdível
- Cobrar taxa de corretagem antecipada
- Promessas de renda garantida e lucros fáceis
O QUE É CHURNING? - O nome da operação deflagrada pela Polícia Federal é um termo usado no mercado financeiro. É o termo dado a uma prática ilegal em que o agente contratado faz repetidas operações de compra ou venda de valores para aumentar os ganhos pelo serviço prestado, sem se preocupar com a qualidade dos investimentos dos clientes.
Fraude já chega a R$ 25 milhões
Profissionais sob investigação teriam montado lista com base em informações privilegiadas quando eram gerentes de banco
Dois agentes de mercado investigados pela Polícia Federal por causar perdas de pelo menos R$ 25 milhões a investidores usavam informações privilegiadas para escolher as vítimas. Ambos trabalhavam como gerentes de um banco antes de abrir a própria empresa e teriam acessado dados confidenciais para montar uma lista de clientes potenciais baseados nos recursos acumulados.
Conforme aponta investigação da Polícia Federal, Desiree Pacheco e Fabiano Teixeira, sócios na empresa DF Trade são suspeitos de realizar operações de compra e venda de ações sem o consentimento do investidor, o que é proibido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula atividades na bolsa de valores. O intuito seria ganhar a comissão gerada pelo serviço e não fazer bons negócios para os clientes.
Os supostos fraudadores atuavam como agentes autônomos vinculados a pelo menos cinco corretoras de grande porte no país.
Aumenta a quantidade de pessoas que relatam perda
Mário Sérgio Vaz Cabeda é um dos afetados pela suposta fraude. O professor universitário deixou cerca de R$ 80 mil em 2011 e 2012 aos cuidados da DF Trade. Alertado pelo irmão, também cliente, que desconfiou dos extratos emitidos pela empresa, resolveu resgatar o dinheiro investido. No período, perdeu quase R$ 30 mil, diz:
– Eu só confiei neles porque tinha o nome de uma grande empresa por trás. Depois de uma negociação difícil, a corretora ressarciu de forma parcial os prejuízos.
A quantidade de supostas vítimas chega a 60. Além do número de clientes enganados, que cresce conforme avançam as investigações da Polícia Federal, aumenta o tamanho do prejuízo. As perdas relatadas até agora são projetadas em R$ 25 milhões, 10 vezes mais do que o inicialmente estimado.
Depois de negar a prisão preventiva dos dois suspeitos, a Justiça determinou ontem o bloqueio de bens dos investigados, como prédio comercial em Santa Maria, residência em Passo Fundo, casa em condomínio de luxo em Gravataí e carros importados.
Procurados, Desiree e Fabiano não atenderam às ligações.
PARA SE PROTEGER - Confira algumas dicas da CVM para evitar ser vítima de uma fraude
VERIFIQUE O CADASTRO - Antes de contratar, cheque se o agente autônomo que está lhe oferecendo o serviço está autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A pesquisa pode ser feita no site da instituição (www.cvm.gov.br). Para atuar, o profissional precisa estar vinculado a uma corretora. Observe também se há vínculo formal do agente com a empresa no cadastro da CVM.
CONFIRA A LISTA DOS MAUS PROFISSIONAIS - A CVM dispõe de um registro de pessoas em relação as quais se identificou, no passado, indícios de atuação irregular de investimento. De posse do CPF/CNPJ ou do nome, é possível pesquisar essa informação na base de dados disponível no site da instituição.
TENHA CUIDADO NAS FEIRAS DE NEGÓCIOS - Para abordagens realizadas em cursos, feiras de negócios, sites na internet e mesmo em escritórios de representação, deve haver um cuidado redobrado para verificar a procedência da oferta. A CVM já identificou casos de golpistas que utilizam o nome de uma instituição registrada, mas oferecendo dados de contato diferentes. Deve-se buscar verificar, especialmente nessas tratativas realizadas fora do ambiente de uma instituição autorizada, se aquela pessoa ou instituição realmente está atuando em nome do participante de mercado.
BUSQUE CONHECIMENTO - No site da CVM, há um portal educacional voltado principalmente para investidores iniciantes, onde alguns dos golpes mais comuns são apresentados.
NA DÚVIDA, PROCURE AJUDA - Sempre que tiver dúvida ou quiser fazer reclamação ou denúncia, o interessado pode entrar em contato com a CVM por meio de diferentes canais de comunicação. O meio mais rápido é o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), disponível em “Fale com a CVM” no site da instituição.
LEIA SOBRE O ASSUNTO - Procure informações sobre investimentos e intermediários antes de fazer qualquer aplicação. A CVM oferece diversas iniciativas educacionais, realizando palestras em universidades, escolas e cidades fora do eixo Rio-São Paulo, além de editar e distribuir gratuitamente publicações de interesse do investidor.
ATITUDES QUE PODEM INDICAR FRAUDE
- Pressionar o cliente a investir
- Utilizar depoimentos de outros supostos investidores em blogs e redes sociais incentivando a aproveitar uma “oportunidade” imperdível
- Cobrar taxa de corretagem antecipada
- Promessas de renda garantida e lucros fáceis
O QUE É CHURNING? - O nome da operação deflagrada pela Polícia Federal é um termo usado no mercado financeiro. É o termo dado a uma prática ilegal em que o agente contratado faz repetidas operações de compra ou venda de valores para aumentar os ganhos pelo serviço prestado, sem se preocupar com a qualidade dos investimentos dos clientes.
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